domingo, 5 de fevereiro de 2012

Beleza Vampírica


   A porta do sótão foi fechada e com o garoto nos braços, Dagrian, percorreu o enorme corredor até a sala principal, quando ele falou humilde lar, estava realmente brincando, a casa apesar de antiga se mostrava altamente valiosa, e ainda brilhava de esplendor, não só pela casa em si, mais também o que continha dentro dela.

- Ian, venha até aqui. – Gritou Dagrian colocando o garoto inconsciente sobre o tapete. Ouviram-se ruídos e passos apressados vindos de dentro da casa, até que um rapaz altamente pálido e monstruosamente forte apareceu na sala.

- Sim, meu senhor. – E fez uma reverencia exageradamente profunda.

- Leve esse garoto e deixe perto de um hospital, mais vá rápido à noite já esta se findando. Se preferir fique com Lility.

- Sim, meu senhor. - Fazendo outra vez uma reverencia mais desta vez pequena e rápida, e como Maya imaginara, pegou o menino com incrível facilidade, como se ele fosse uma peça de roupa que estava jogada no chão e o levou para fora.

   O olhar distante de Maya percorreu a sala, estava atenta a tudo, tudo era novo estava extasiada com a sua nova condição, com aquele lugar, com aquele vampiro... Então seu olhar parou instantaneamente ao se deparar com o espelho.

Ela se aproximou do espelho oval, Dagrian segurou em seu braço fazendo-a olhar para ele e não para o espelho.

- Você esta linda, não se preocupe.

Ela fez menção em olhar novamente para o espelho, ele segurou em seu queixo e olhou diretamente em seus olhos.

- Acredite.

- Eu quero acreditar, mais tenho que ver com meus próprios olhos.

   Seus olhos encararam o espelho...



Seus olhos encararam o espelho, ela parecia ter levado um choque, um grito saiu de sua boca, estava desfigurada, os olhos estranhos, seus cabelos desgrenhados, sua boca estava ensangüentada e nunca estivera tão pálida, levou a mão a boca, desesperada.

- Você esta linda minha querida, como sempre, só precisa de um tempo para se acostumar com sua nova condição, a beleza tem varias faces...

   Maya estava paralisada, sentiu como uma de suas armas tivesse sido roubada dela, ela que sempre teve a beleza ao seu favor, como uma querida amiga, que lhe rendia os presentes caros dos clientes, a paixão e devoção de quem quisesse conquistar. Ela olhou para Dagrian e disse meio engasgada, ainda pelo choque e o medo.

- Preciso de um banho.

   Dagrian chamou por um nome estranho, que Maya nunca tinha escutado, e uma moça, de aparência indígena, muito bonita apareceu na sala, e a olhou dos pés a cabeça, terminando com uma analise fria do seu rosto e cabelos bagunçados.

- Apuana você pode preparar um banho para a senhorita Corsella? Ian teve que sair para fazer um trabalho. E ao que me aparenta Katherine também saiu.

- Sim, meu senhor. Por aqui, senhorita. – Ela a acompanhou por outro corredor, que era quase idêntico, ao qual Maya passou para ir ao sótão com Dagrian.

- Você é a filha de Helena não é? Pretende ser a nova preferida de Dagrian, suponho.– Disse ironizando.

- Por quê? Você é a velha preferida? – Disse arqueando a sobrancelha e fechando a cara para Apuana.

- Vou te dar um conselho garota, não vá se acostumando com essa mordomia, ele faz isso com todas no começo, depois vai aparecer outra, mais bonita, mais revoltadinha que você e a senhorita será posta de lado. – Disse com um tom de amargura na voz e entrando em um quarto deslumbrante.

- Se conselho fosse bom não seria dado de graça. E não é porque aconteceu com você, que ira acontecer o mesmo comigo, garota. – Disse Maya, pensando a raiva na ultima palavra, já impaciente, fazendo Apuana fazer algo parecido com uma careta de tanta raiva.

- Todas dizem isso senhorita, mais sempre acabam fazendo tudo que ele quer, até porque agora que ele a abraçou é seu dono, tens obrigação de obedeces-lho. – Disse com uma satisfação e veneno a cada palavra.

- Dono?! – Maya deu uma gargalhada. – Não sei você, mais não sou bicho para ter dono, e só vou obedeces-lho se me convier. – Deixando Apuana furiosa, que fez menção em responder, mais desistiu, já havia perdido aquela discussão.

- Aqui será seu quarto, ate quando Dagrian desejar. – Disse querendo provocar Maya, que não deu importância. – Como vê a banheira fica no quarto, pois só temos um banheiro na casa, pois como vê não precisamos do mesmo.


- Certo, pode sair agora. – Disse com um sorriso largo, principalmente quando ouviu a porta batendo com voracidade.

    Ela mergulhou dentro da banheira que ficava em um canto do quarto, tudo aquilo era tão estranho, não respirava, não comia, não precisava beber... Há não ser sangue alheio. Agora era uma vampira, estava morando na casa do homem que levara sua mãe e de certa forma a levou a morte, e toda a raiva que sempre sentiu pareciam ter sido deixadas para trás. Apenas uma coisa tinha ficado, descobrir e acabar com quem matou sua mãe.

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